quarta-feira, 23 de março de 2016

Homeschool, aspectos conceituais

O que é Homeschool ou Educação Domiciliar?
Não é nenhuma novidade, inovação, reinvenção ou similar. Educação domiciliar existe há milênios, e é um fenômeno que vem crescendo mundialmente. Parte do pressuposto que a educação é objetiva.

Diferente do que pensa a visão progressista de ensino, educação domiciliar não se trata de um ensino elitista, ela acontece nas diversas classes sociais, se estende para além do lar e converge para a multiplicidade a partir do individual.

No Homeschool, o lar é o alicerce onde se implanta e sedimenta os pilares básicos da formação do homem por meio de valores, entendidos como fundamentais no interior das famílias. Ela acontece no seio do lar e pode se desenvolver mediante a participação dos pais e, ou tutores.  

Educação domiciliar é uma cultura de educação em tempo integral, isto é, em todo o tempo, inter e transdisciplinarmente. Educação domiciliar aproxima e torna a educação menos vertical e mais linear, uma vez que toda a família passa a se envolver na proposta. Portanto, uma simples pergunta ou dúvida torna-se um objeto de pesquisa a qual requer que seja sanada, seja em colaboração, seja por meio da intervenção dos pais. Homeschool é cultura de aprendizagem compartilhada. 

No ensino domiciliar as famílias têm liberdade para organizar o tempo de estudo. Nos primeiros anos (aos 3 e 4 anos), o ideal é que os pais tenham tempo para realizar atividades junto com os filhos, brincar, explorar, estimular o reconhecimento, apresentar o ambiente para que a criança se entenda parte dele e com ele interaja. Com o passar do tempo e o desenvolvimento da autonomia torna-se habitual para a criança pegar espontaneamente um livro para ler, fazer atividades sem que lhe seja imposto. 

Muitos homens memoráveis foram educados em casa, alguns deles: Martinho Lutero (1483) expoente da Reforma Protestante; Michel de Montaigne (1533), Abrahan Lincoln (1809), era um autodidata; Ludwig Joseph Johann Wittgenstein (1889), filósofo austríaco de grande importância para a linguística, a lógica, a matemática e a filosofia; Pierre Curie (1859), físico co-descobridor da radioatividade e energia nuclear; George Washington ( 1732), primeiro presidente dos estados Unidos; Wolfgang Amadeus Mozart  (1756) e muitos outros. 

Embora não vivamos em contexto semelhante ao daqueles homens, vale ressaltar que em nossos dias a opção pela educação domiciliar vai além da preocupação com o desenvolvimento intelectual dos filhos e a busca pela sapiência. Trata-se de uma questão de bem-estar e otimização dos resultados nos estudos das crianças uma vez que vivemos em um quadro de stress da vida moderna, trânsito e outros fatores que impactam na qualidade de vida e do aprendizado, por consequência.


Por Silvailde S. Rocha
Mestre em Política e Gestão da Educação (UNB)
Pedagoga e Jornalista
Mãe Homeschooler da Súzan Flor (7 anos) 


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